domingo, dezembro 18, 2005

Desidratação


Oito horas da manhã, o termômetro já marcava 45º à sombra. A previsão do tempo anunciara o dia mais quente dos últimos 50 anos. Pedro poderia estar na praia a uma hora dessas, ou ainda dormindo no seu quarto refrigerado. Que nada, vestia seu terno preto com gravata listrada de amarelo e branco.

“Não é nem higiênico trabalhar num dia desses!”

Às 10h, notou que a manga lhe escapava pelas mãos.
Voltou do almoço e o cinto mal segurava a calça.
Ao final do expediente, pulou da cadeira e tropeçou na barra da camisa.

Cruzou com colegas que estranharam que peças de roupa andassem sozinhas sem cabeça, braços ou pernas. Até que pararam e ali ficaram, encharcadas de suor.