"A cidade é suja"

Analisemos, então, a frase-título: como compreendê-la?
"A cidade" - sujeito; "é" - verbo de ligação; "suja" - predicativo do sujeito.
Segundo essa análise sintática, no entanto, a culpa semântica da sujeira recai sobre a cidade, enquanto na verdade ela é apenas uma vítima.
Lembremos, então, que "suja" é não somente um adjetivo, mas também a forma irregular do particípio do verbo "sujar". Sob esse ponto de vista, cria-se a estrutura de uma oração na voz passiva, com o agente da passiva "pelos homens" oculto.
Assim é possível conjugar coerência sintática e semântica com a realidade: a cidade não é capaz de se sujar sozinha, e se há lixo nas ruas, e urina no chão dos banheiros, e poluição nos rios e mares, a culpa não é senão de seres humanos. Não diria porcos, porque nem os porcos são capazes de tanta destruição do meio ambiente.
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