Criaturas da Noite
Era uma vez um cara, um qualquer, que depois de beber muito, muito mesmo, virou O cara. Ele é louro, cabelo comprido ultrapassando por pouco a altura dos ombros, escorrido como um pós-chapinha (mas eu imagino que o dele seja assim mesmo por natureza). Ele é extremamente magro, e provavelmente perdeu bastante peso nos últimos tempos, porque a cintura está incapaz de segurar o jeans.
O cara leva um carrinho modificado para sua atividade de DJ ambulante e vendedor de CDs piratas. Um rádio de carro, auto-falantes potentes e uma coleção de discos pendurados na prateleira, aqui, ali, acolá.
Estávamos num bar, eu, Edward, paulista de Caraguatatuba, o gaúcho Helton e o alemão Sören, quando o cara chegou. Abordou uma mesa, deve ter perguntado que música eles queriam ouvir, voltou para o carrinho e deixou rolar um forró desancado de letras chulas. Foi à segunda mesa, bateu um papo com os freqüentadores do bar, e quando mudou a famigerada música (antes do forró terminar, felizmente), começou a tocar, surpresa méxima, "Rock n' Roll", do Led Zeppelin. Tinha pirataria para todo gosto, e essa foi uma ilha de qualidade no meio de um monte de bizarrice.
Até que uns rapazes da mesa ao lado, já com os cornos cheios de Red Label (a garrafa já estava abaixo da metade), resoloveram partir para a ignorância. O cara tentou contemporizar, mas discussão de meia dúzia de bêbados contra um bêbado só, independente de quem bebeu mais, é covardia.
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